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Economia


06 de Julho de 2011

Subsídios representam 28% dos gastos do PAC

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Impulsionadas pelos subsídios do programa Minha Casa, Minha Vida, as despesas de custeio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) cresceram muito - elas passaram de R$ 296 milhões no primeiro semestre de 2010 para R$ 3,1 bilhões no mesmo período deste ano. Com essa multiplicação por dez, o peso do custeio no investimento do governo federal passou de uma participação de 3,2% no PAC para 28%, na mesma comparação.
Ao todo, o governo executou R$ 11,3 bilhões em despesas do PAC neste ano, um crescimento de 25% sobre os R$ 9 bilhões de igual período de 2011 - uma conta que soma custeio, investimento e inversões financeiras, e considera também os restos a pagar. Nesse dispêndio, os investimentos - enquanto ativos físicos que ficam em poder público - foram 9% menores, passando para R$ 7,9 bilhões no primeiro semestre deste ano. Além disso, a composição dos gastos também piorou - a participação dos restos a pagar alcançou 88,3%, quase 10 pontos acima do peso dessa rubrica em igual período do ano passado.
Os dados, compilados pelo economista Mansueto Almeida, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), vão até o dia 22 de junho e levam em conta os 15% de despesas do PAC cuja origem financeira é o Orçamento da União - os 85% restantes são provenientes de estatais, como Petrobras, ou de empresas privadas vencedoras de licitações. Os números indicam que o programa Minha Casa, Minha Vida está "salvando" o PAC. O subsídio gasto para bancar a aquisição da casa própria pelas famílias de baixa renda é que está ganhando peso dentro do programa de moradia popular e, consequentemente, dentro do PAC. Ao lançar a segunda fase do Minha Casa no mês passado, o governo sinalizou, avalia Almeida, que os gastos de custeio serão ainda maiores. A nova etapa do programa terá investimentos de R$ 125,7 bilhões até o fim de 2014, sendo R$ 72 bilhões apenas em subsídios. (Matéria: Valor Econômico, 05.07.11)