Produtividade não acompanha elevação nos salários

Os salários na construção civil brasileira têm superado a inflação nos últimos anos, sem grandes repercussões nos níveis de produtividade.

De acordo com os dados da Pesquisa Anual da Indústria da Construção (Paic), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2007 a 2011 o salário médio nas empresas subiu 52%, enquanto a produtividade (valor adicionado por trabalhador) aumentou 27%. 

“Sabemos que empresas investiram em novos processos e máquinas e equipamentos nos últimos anos, mas não sabemos a disseminação disso pelo setor como um todo. A partir 2011, o setor desacelerou e a taxa de crescimento do emprego se reduziu. Pode ter havido algum ganho de produtividade no período mais recente, mas é pouco provável que esse aumento tenha sido superior ao dos salários, que continuaram com ganhos reais significativos”, observa o presidente do SindusCon-SP, Sergio Watanabe.

Pesquisa da Fundação Getulio Vargas (FGV) indica que desde janeiro de 2007 a variação anual do salário do pedreiro e servente tem permanecido acima da curva registrada pelo INPC.

Entre 2007 e 2014 o aumento do INPC foi de 47,8% enquanto os salários do servente e pedreiro acumularam alta de 71,1% e 78,2%, respectivamente.

No mesmo período, o componente mão de obra do índice da construção de São Paulo da FGV (ICC-DI SP) registrou variação de 75,9%.

A perspectiva do sindicato e da FGV para o primeiro semestre deste ano é de intensificação da atividade no setor, com uma recuperação gradual das contratações de mão de obra