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Setor da Construção


21 de Junho de 2011

Preciosos terrenos

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Salvador tem 324,5 km² (área correspondente à parte continental dos 706.799 km² totais, que também inclui a parte marítima. Apesar da vasta área, o déficit habitacional é grande. Para completar, há lugares mais cobiçados que outros. Nesse espaço, é preciso construir moradias para os seus 2.676.606 habitantes (dados do Censo 2010). É exatamente nesse momento que as empresas esbarram em uma grande dificuldade: encontrar terrenos para desenvolver todo processo de incorporação.

Com quase totalidade das áreas consolidadas e bastante valorizadas – como as que abrangem a Barra, Pituba, Graça, Canela, Horto e Vitória – na capital baiana, muitas das vezes a compra de um terreno se torna um processo complexo. A posterior incorporação, que constitui, dentre outras etapas, a construção e a comercialização de empreendimentos, então se torna quase inviável. A saída está no surgimento de novos vetores de crescimento, com o desenvolvimento de novos bairros, ou a expansão de outros já existentes.

Cláudio Cunha, vice-presidente da Associação dos Dirigentes do Mercado Imobiliário da Bahia (Ademi-BA), acredita que a escassez de terrenos é um grande desafio a ser superado. “Além dos polos de atuação do mercado, nós temos alguns lugares, onde ainda há construções e terrenos antigos. Havia também o problema da Lei de Uso do Solo, que não permitia a verticalização de algumas áreas, como foi o caso da orla marítima. Ao mesmo tempo em que encontramos novas oportunidades, temos que lidar com o tamanho das áreas onde se pode incorporar.”

Desafios e mobilidade

Salvador tem poucas áreas disponíveis para incorporação, o que faz com que a procura por terrenos seja muito maior do que a oferta. Nessa disputa, o preço acaba refletido diretamente no valor do imóvel. Isso diminui a dinâmica para quem quer empreender. Outro ponto defendido pelo vice-presidente da Ademi-BA está relacionado à necessidade da consolidação de novas áreas com infraestrutura que contribua para o dia a dia dos moradores. “É preciso pensar em empreendimentos que possam oferecer facilidades para o cotidiano das pessoas. Essa é uma necessidade que o mercado imobiliário possui atualmente. Não faz sentido uma pessoa comprar um imóvel em Lauro de Freitas e ter que vir trabalhar em Salvador. O ideal é que no futuro não haja a necessidade desses deslocamentos, que só aumentam os congestionamentos em toda a cidade”, acrescenta Cunha.

A questão da infraestrutura também é defendida pelo presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil da Bahia (Sinduscon-BA), Carlos Alberto Vieira Lima. “A dificuldade em encontrar terrenos é algo que já vem de algum tempo. Nós precisamos de uma política de novas fronteiras edificáveis, que passa fundamentalmente pela necessidade de se trabalhar a questão da mobilidade urbana em Salvador e região metropolitana. A expectativa é que este seja o ponto de partida para o surgimento e fortalecimento de novas áreas incorporáveis.” Com informações da Revista Metro Quadrado.