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Notícias



Setor da Construção

17 de Abril de 2014

Construtoras do MCMV temem novo atraso no pagamento das obras

Se compararmos o Minha Casa, Minha Vida (MCMV) com os programas habitacionais de governos anteriores, ele, de longe, é o de maior sucesso. Desde seu lançamento, em 2009, o programa contratou cerca de 3,3 milhões de unidades habitacionais, aproximando-se da meta de 3,75 milhões a ser atingida até o final deste ano.

Este sucesso se deve a uma conjugação de fatores, a começar pela arquitetura financeira do MCMV: subsídios governamentais para viabilizar a oferta de moradia para a camada mais pobre da população, poupança dos adquirentes e fartos financiamentos do mercado de crédito imobiliário.

Implementado em uma conjuntura caracterizada por estabilidade econômica, forte demanda por habitação, elevação da renda das famílias e crédito farto, o programa atraiu tanto as empresas que já operavam no segmento da moradia popular como as grandes construtoras e incorporadoras.

Entretanto, nos últimos tempos, alguns problemas tem diminuído o entusiasmo dos investidores, especialmente para construir na chamada faixa 1, voltada às famílias com renda de até R$ 1.600.

Um desses problemas tem sido a não correção dos valores pagos pelo governo federal para as construtoras edificarem os conjuntos habitacionais.

Em cidades onde o licenciamento dos projetos demora até um ano e com a inflação na construção civil mais elevada por conta de reajustes salariais acima do aumento da produtividade do trabalho, essa ausência de correção desmotivou boa parte das construtoras e incorporadoras de apresentarem novos projetos no programa.

Há o temor de que o atraso nos pagamentos se repita, desmotivando ainda mais as empresas de prosseguirem as obras. Foi neste cenário que, no primeiro trimestre, o governo federal atrasou os pagamentos das construtoras que executam obras para o programa, esfriando ainda mais o ânimo dos investidores.

O inesperado atraso dos pagamentos, ocorrido pela primeira vez desde o lançamento do programa, provocou vultosos prejuízos às empresas. Em função das estreitas margens e do pequeno porte da grande maioria das construtoras que operam no MCMV, tais atrasos colocaram em risco a solidez financeira delas.