Faça o login e acesse o conteúdo restrito.

Notícias



Mercado


27 de Junho de 2011

As emergentes da construção civil

20210315011325_604ea6a5a139f.jpg

Em 1995, a Odebrecht estava construindo o túnel Ayrton Senna na capital paulista; a Camargo Corrêa erguia uma barragem para a Companhia Energética de São Paulo (Cesp) e a Queiroz Galvão fazia a orla da Praia Grande. Naquele mesmo ano, a construtora Mendes Junior estava quase quebrada, a desconhecida Delta Engenharia tapava buracos no Nordeste, a Carioca fazia obras de urbanização em bairros do Rio e a Galvão nem existia. Essas empreiteiras, que na época tinham participação inexpressiva perto das gigantes do setor, hoje dividem com elas o ranking das maiores do País.

Enquanto os nomes mais conhecidos da construção pesada voltavam os olhos para contratos de bilhões de reais, essas empresas concentraram seus esforços em pequenas obras públicas e privadas. Elas correram por fora num momento em que todo o setor estava sendo beneficiado pelo aumento do número de obras de infraestrutura - depois de amargar duas décadas perdidas, em que pouco se construiu no País. O lançamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) abriu uma brecha para as empresas médias disputarem projetos menores, como coletoras de esgoto e manutenção de rodovias. "O valor desses contratos não era compatível com o custo das grandes empreiteiras", explica o diretor da Associação Paulista de Empresários de Obras Públicas (Apeop), Carlos Eduardo Lima.

Juntas, em 2005, Delta, Carioca, Mendes Junior e Galvão faturavam cerca de R$ 1,3 bilhão - valor que foi multiplicado por cinco no ano passado, segundo o ranking anual da revista O Empreiteiro, uma referência no setor. No mesmo período, as empreiteiras mais tradicionais triplicaram a receita. Com uma carteira de amigos influentes, como o governador do Rio, Sérgio Cabral, o empresário soube aproveitar um vácuo deixado pelas gigantes, que não queriam projetos pequenos. "Hoje, a Delta faz de meio fio a duplicação de estradas", diz uma fonte do setor. No mercado, Cavendish vem sendo chamado de "Eike Batista da construção civil". (Matéria: O Estado de S.Paulo, 27.06.11)