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Geral

22 de Setembro de 2014

Construção de pista sobre praia gera indignação na Cidade Baixa

O espaço de lazer, nos fundos da Igreja do Bonfim e de frente para a Baía de Todos os Santos, desapareceu nas últimas semanas.

Uma estreita faixa de areia, entre o Porto da Lenha e a Pedra Furada, deu lugar, há menos de um mês, a caçambas, pedras, tratores e operários.

Agora, o que se vê na praia é um caminho de pedras, prenúncio de uma via de borda que vai ligar a Avenida da Constelação ao Estaleiro da Ribeira.

“De borda” é o nome oficial: a via que está sendo construída passa por dentro do mar. Uma placa na entrada da Praça Teodósio Rodrigues de Faria diz que o projeto, iniciado em 2010, é de ‘Requalificação Urbana na Localidade de Mirante do Bonfim e Pedra Furada’.

A intervenção integra o PAC, com aporte de R$ 9.294.941,39.

Segundo o projeto original, a via de borda, já em construção, lançará o fluxo de veículos vindos da Pedra Furada e da Av. Constelação na Rua Artur Matos. Mas a Conder, responsável pela obra, não teria se reunido com a comunidade para mostrar o projeto.  
 
O urbanista Alexandre Dias se diz intrigado com a forma como a obra está sendo feita. “Como é que se autoriza uma via passando dentro do mar?”.

O projeto consiste em reurbanizar a região de beira-mar da Pedra Furada, retirando construções irregulares, criando a tal via de borda e implantando área de lazer e esportes, calçadão, ciclovia e parque infantil.

Para isso, a  companhia planeja relocar os moradores das palafitas e de casas em áreas de encosta - cerca de 100 famílias -  para um residencial do Minha Casa Minha Vida, que ainda vai ser construído na antiga fábrica da Antarctica, no Bonfim.

“A pista foi pensada como uma barreira física para evitar que novas ocupações nas encostas e de palafitas voltem a acontecer naquela área”, explica o coordenador de projetos da diretoria de Habitação da Conder, o urbanista Gilbert Santos.

Ele não vê agressão ambiental. Pelo contrário, considera um projeto de “cunho social e ambiental”.